quinta-feira, 31 de março de 2011

DEIXO
(Andrea Joy)

Vivo a espera desse amor!
Seja lá como for:
perto ou distante.

Te encontro nos meus sonhos,
Em cada verso que componho,
Nas melodias que ouço,
Nas horas em que sofro.

Na minha alma estão tuas digitais,
Que acalantam os meus ais,
Que confortam meu coração
Quando a saudade instiga a emoção.

Deixo-te me amar!
Onde quiseres, na terra, além mar.
Preciso de tua existência
Para sentir na minha vida tua presença.

segunda-feira, 28 de março de 2011

INDAGAÇÕES
(Andrea Joy)

O que preciso fazer para ter você?
Como devo proceder?
De que jeito tenho que viver?

O passado ainda insiste.
Revivo o amor que existe
Nesse coração
que explode de paixão
quando leio os versos seus!

Fale pra mim, vida minha,
Os seus segredos, os seus medos...
Trace para mim os caminhos
que me levarão a você.



Não há mais o que dizer.
Amor, paixão, querer...
Só uma certeza pulsa:
A vontade de ter você!

sábado, 26 de março de 2011

AMOR IMENSO
(Andrea Joy)

Com você deixei o meu coração
Inteiro, todo seu, sem fração.
Depois da entrega,
Não sei mais o que é amar
Tampouco o que é se entregar!

Minha vida vou levando,
E certamente esperando
O dia em que o destino for
Complacente com esse amor

Faço poesias e as leio,
Rasgo-as e depois me odeio,
Pois nelas está o que mais me faz viver:
Esse amor imenso por você!

quinta-feira, 24 de março de 2011

ESSENCIAL
(Andrea Joy)

Amei-te porque em ti
Minha impetuosidade
Encontrou freio,
Porque tua doçura temperou
A estupidez dos meus anseios
E tua fleuma encheu de paz
Minhas explosões.

Aprendi contigo que o silêncio,
Às vezes, é valioso.
Na tua placidez descobri
Mais um tesouro e no teu cerne,
A sábia voz da tua sapiência.


Amei o lirismo da tua fala,
A sedução do teu sorriso...
Amei tua doçura, tua prudência
E até tua timidez.
Amei o teu jeito estreme,
E na eternidade,
Te amaria igualmente.


Sensível, também amei a redoma
Que reserva o teu ser.
E assim, amei teu corpo,
Teus olhos, teu odor...
Amei em ti o que não fenece
E o que em ti há de fenecer.

Já não observo se tua omissão
É uma virtude ou uma moléstia,
Apenas submeto-me, inerte,
Ao plano do teu fadário,
Que me arreda de ti e me desapossa
Do meu Amor Essencial.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A ÁGUA
(Andrea Joy)


Tão subjetivo tema
Tão necessário lema
Águas do Rio Sena
Água da fonte serena.

Fúria e calmaria
Água que lava o dia
Chuva de desperdício
Falta d’água é sacrifício.

Água do corpo hidratado
Água do ventre lacrado
Água das entranhas escorre
Dentro da água gera o nobre.


Água que brota da terra
Falta água na guerra
Guerra lembra desamor
Água alivia a Dor.

Composição divina
Pura, clara, cristalina
“Irreconhecível” valor
Elemento cheio de sabor.

Alimento da vida
Doa-se na lida
Enriquece sonhos
Em preciosos banhos.

Com inexplicáveis atos
Jogam dejetos nos lagos
Por alienação de alguns viventes
Morrem muitas nascentes
Água, ignorar sua essência
É não querer a própria existência.

sábado, 19 de março de 2011

NECESSIDADE
(Andrea Joy)

Necessito da inspiração dos poetas,
De suas vozes discretas
Proferidas por seus corações.

Necessito da paixão dos amantes,
Da sedução do antes,
Da conquista, da insensatez...

Necessito da submissão das mulheres,
De seus pilares, de suas vaidades,
De suas verdades incontestes,
De suas intempéries.

Necessito do lampejo envolto de desejos,
Das gargalhadas escancaradas
De quando estamos apaixonados.

Subitamente, necessito
Colocar você numa redoma de vidro
Para entregar-lhe os fragmentos
De todos os meus sentimentos.

Depois, olharei em seus olhos
E neles verei refletido o brilho
Dessa verdade nítida,
Dessa necessidade louca,
De que você me beije na boca
E faça parte da minha vida.

quinta-feira, 17 de março de 2011

COLIBRI
(Andrea Joy)

Sinto saudades dos dias
Que estive ao teu lado.
Fizeste sentir-me realeza,
Princesa, mulher...

Saudades dos teus beijos
Cheios de desejo,
Saudades dos teus afagos,
Saudades do teu sorriso lindo,
Safado...

Saudades da tua voz
Dizendo-me coisas belas,
Como as aquarelas do Universo das Flores.
Saudades da tua Avidez por mim,
Do teu Embaraço sem saber
O que realmente querias, enfim...

Sinto saudades de mim
Que, de tanto te querer amiúde,
Pouco pertencia a ti.

O tempo passa lentamente
E eu não quero tirar da mente
A imagem fascinante do meu colibri,
Mesmo sentindo e sofrendo
Tanta saudade assim...

segunda-feira, 14 de março de 2011

REPRISE
(Andrea Joy)

Quem me dera te ver de novo!
Quem me dera beijar teu corpo!
Quem me dera fazer de um segundo
A eternidade e, envolvida
Nos seus braços,

Sorver dos teus lábios o melhor vinho,
Construir ao teu lado um novo ninho,
Impregnar-me de ti até a alma,
Te amar aos poucos,
Com mais calma.

Quem me dera tirar de ti
Todos os segredos e exorcizar
Todos os medos que possam
Vir a ter em meus braços.

Quem me dera ter de novo
Os teus afagos, os teus abraços,
O murmurar dos teus lábios,
O ritmo descompassado do teu coração
Unido ao meu numa mesma canção.

Quem me dera
Te amar de novo!...

domingo, 13 de março de 2011

DESEJO INSACIÁVEL
(Andrea Joy)


Queria eu beijar a boca linda que tens,
sem medo, sem receios.
Queria eu amar-te
quando esse desejo insaciável
invadir o meu corpo,
a minha alma,
meus pensamentos...



Queria eu amanhecer em teus braços
e no teu abraço sentir-me segura
da dor da perda
e ter a certeza de que nunca
irei perder um grande amor.

sábado, 12 de março de 2011

RAZÃO DO MEU VIVER
(Andrea Joy)

Razão de me fazer sorrir.
Razão de me fazer amar.
Razão de tudo a minha volta
voltar a ser belo.

Razão do meu olhar provocante,
das mãos trêmulas, da boca seca,
da face avermelhada...

Razão de eu não dormir
nas madrugadas e estar, ainda sim,
com essa alegria escancarada.

Razão de eu sonhar
que serei amada.
Amada por você,
razão do meu viver!...

sexta-feira, 11 de março de 2011

RECÍPROCA
(Andrea Joy)


São sonhos antigos
Não menos ladinos
São noites inteiras
De desejos sem fronteiras!

Quero tua boca
Tua voz quase rouca!
Sentir teu peito
pulsar no meu seio nu.

Preciso do teu riso
Safado e indeciso
Da loucura dos amantes
do nosso gozo delirante!


Necessito do teu êxtase
Do teu nome tatuado em mim
Exijo tua existência
Suplico a tua presença

Envolver-te-ei em meus florais
Quero teu olfato
Tuas iniciais.

Mergulho em sonhos, pelo teu corpo
E o meu quase louco
Grita por ti.
Venhas quando quiseres
Serei a mais feliz de todas as MULHERES!

quarta-feira, 9 de março de 2011

CRIADOR E CRIATURA
(Andrea Joy)

Eu não quero ser uma lembrança
Nostálgica na sua vida.
Quero ser a razão do seu sorriso,
O brilho do seu olhar...
Eu quero ser o seu gosto pela vida,
Eu quero ser a razão do seu despertar.

Ter você como aprendiz
Nos meus braços, ensinar-lhe
Que amar não é pecado,
Errado é me evitar.
Preciso viver com você inevitáveis antíteses.
Contra o tempo que passa, irei lutar.
Quero nossos corpos embaraçados
Do amanhecer ao crepuscular,
Deliciosamente cansados,
Exaustos de amar

Aquarelas floridas
Para enfeitar nossas vidas.
Construiremos um ninho
Como beija-flores:
Plenos de desejo,
Isentos de dores.

Avidez, sempre existir
Em nossos beijos,
Em nossos corpos, antes de dormir.
Eterno Casanova, meu lindo colibri!
Sou sua musa, sua papoula, sou seu jardim...

terça-feira, 8 de março de 2011


AUSÊNCIA
(Andrea Joy)

Sem ti na minha vida,
Reinventei caminhos,
Inverti meu destino,
Encontrei espinhos.

Sem ti, pensei ser impossível viver,
Rezei no cotidiano o meu fenecer,
Chorei, muitas vezes, sem querer.

Na minha imaginação
Percorri teu corpo,
Dei asas à minha solidão,
Alimentei o meu choro.

Tua ausência é o que dói,
Não te ver me corrói,
Não te ter me destrói,
Não te amar são verões sem sóis.

domingo, 6 de março de 2011

SOLIDÃO
(Andrea Joy)

04:35 da manhã. Estou com insônia. Normal. Isso é o meu normal. Durmo o mínimo.
Enquanto as pessoas dizem que a semana passou rápido, eu sinto que é sempre Segunda-Feira.
A solidão eterna é minha companheira. E nessa alta madrugada ouço Ana Carolina, e por incrível que pareça encaixo nas composições dela as nossas vidas. Adoro Ana!
Há quem diga que somos parecidas!... Talvez sejamos devido à sintonia, à poesia, à aura...
Ás vezes fico refletindo porque dizem que com o tempo tudo passa... Na verdade o que passa são exterioridades; o sentimento verdadeiro permanece.
Muitas vezes, devido à minha crença pelo oculto, eu cheguei até você, acariciei seu corpo e senti de novo seu beijo.
Nosso destino é mistério.
Não sei mais o que será. Eu me fecho e aguardo o acontecer. Até mesmo dentro da minha solidão existem as imagens do seu sorriso, do seu andar, do seu peito peludo, dos nossos beijos e até dos nossos medos.
Cheguei à conclusão de que saudade é solidão.

sábado, 5 de março de 2011

O PERFUME
(Andrea Joy)

Ela embarcou às 13 horas. Indecisa, não sabia se ligava para ele ou se o faria uma surpresa. Há mais de três anos eles não se viam.
Ligou, ele atendeu. Ela, trêmula, disse que estava indo ao seu encontro. A cada quilômetro rodado, encurtava a distância entre eles. Foram muitos dias de indecisão: será que estava certa daquele querer? Como seria recebida? O que iria dizer-lhe? Levava em sua bagagem um vestido vermelho de esperanças.
Finalmente chegou a seu destino. Tomou um banho demorado. Sentia orgulho de sua coragem. O deslizar de suas mãos no corpo nu era uma prece. Ela o cultuava, o preparava para receber o toque de outras mãos. Duas gotas de perfume entre os seios. Vestiu aquele vestido cuidadosamente, se olhou no espelho, constatando sua sensualidade. Exuberante, foi até um orelhão. Já era noite. Ligou. Ele atendeu. Ela o chamou certa de que, com asas nos pés ele voaria ao seu encontro. Muita pretensão!...
Aquela mulher sentiu um gosto amargo descer pela garganta. Seu coração doía, o não que acabara de ouvir tinha mãos que lhe apertavam o peito.
Ela era o oposto de tudo o que ele dizia, pensou. O vestido vermelho não fazia mais sentido. As gotas de perfume já não tinham a mesma fragrância. Seus pensamentos sofreram mutações. Era o fim.
Foi embora confusa e com esperança de que aquele não fosse um equívoco, um momento de infelicidade. Estava chocada.
Todos que estavam a sua volta sorriam, bebiam. Os lábios dela, forçosamente, também esboçavam sorrisos de falsa gentileza. Seu olhar estava visivelmente triste. Ela inibia as lágrimas. Aquele dia foi o mais triste de toda sua vida. Nenhum acontecimento seria tão desolador. No entanto, ela sorria.
Dormiu a noite inteira, a dor relaxou seu corpo. Amanheceu. Alguma coisa cochichou em seus ouvidos: “Tente novamente!”... E assim ela fez. Pegou outro ônibus e foi ao encontro dele. Nem pensou na hipótese de outro não.
Ela ligou. Ele foi. Quando se viram, ficaram emocionados demais e foram castigados pelo destino. Alguém invadiu aquele momento de rara felicidade. Um intruso bateu na traseira do carro dele, atrapalhando-lhes o acontecer dos beijos, dos abraços, das palavras.
Depois do susto conversaram um pouco. Ela disse-lhe todos os porquês de estar ali. Ele queria ser frio, mas os olhos ainda brilhavam. O sorriso, quase o mesmo, o seu cheiro a excitava. Tudo que ele dizia soava como uma linda melodia. Foram apenas alguns minutos, depois de anos de espera. Ela já estava acostumada com migalhas, pensava. Voltou para casa, certa de sua loucura ausente de alegria.
Ela não mais usou aquele vestido. Está guardado, esperando uma outra chance para ser usado sem imprevistos. O perfume? ela presenteou a um casal que estava se beijando na rodoviária. Aquele jovem precisava ter sua mulher perfumada com apenas duas gotas de perfume entre os seios, pois a maneira como se olhavam e se beijavam, diziam sim para a vida, sem medo, sem culpa, sem tabus. Era óbvio o amor entre eles.
Ao entrar no ônibus ela sentiu novamente o aperto no peito e se permitiu às lágrimas.